quarta-feira, 16 de maio de 2012

Madeira e mobiliário: Senai capta tecnologia italiana em ecodesign

O Senai está trazendo de Pesaro, Itália, novas soluções do Centro Tecnológico de Madeira e Móveis da região de Marche (Cosmob), para desenvolvimento de novos produtos e processos de produção. A parceria deve consolidar uma rede de ecodesign no Senai, baseada na sustentabilidade ambiental e voltada às indústrias de mobiliário em madeira.

Dividida em quatro etapas, a parceria inclui a instalação de duas câmaras que ajudam no emprego de novos métodos de ensaios para certificar a emissão de formaldeídos (poluentes) e a disseminação nas empresas o uso do software Everdee, para o monitoramento das etapas de fabricação de móveis e que permitirá a validação do seu caráter sustentável. Além disso, haverá capacitação de técnicos do Senai em metodologias de planejamento e controles de produção e de qualidade e oficinas temáticas para representantes de empresas.

Com oferta de cursos e serviços na área de móveis, as unidades do Senai na Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rondônia são as principais beneficiadas pelo contrato com o Cosmob, recebendo diretamente as tecnologias disponíveis na parceria. Com a incorporação de métodos de avaliação da sustentabilidade de produtos e da adequação a padrões internacionais, o Senai vai ajudar para que a indústria moveleira nacional se torne mais competitiva.

“A ideia do programa é que seja nacional, porque essa é uma indústria que opera em diversas unidades da federação e tem diferentes estágios em cada região”, destaca o diretor-geral do Senai Nacional, Rafael Lucchesi. “A indústria moveleira brasileira tem muito o que incorporar. E o papel do Senai é, sobretudo, de agregação de valor, seja na qualificação do trabalhador, na oferta de serviços técnicos e tecnológicos ou na agenda de inovação.”

O diretor-geral do Cosmob, Alessio Gnaccarini, assegura que a sustentabilidade é um dos principais fatores de agregação de valor para a economia. “Essa é a linha do futuro, para diferenciar o produto, para criar competitividade, para viabilizar a manutenção do próprio produto e do mundo. Por isso, a nossa estrutura investiu muito nesse tipo de tecnologia nos últimos anos.” O Cosmob tem parcerias semelhantes com países do Norte da África, China e Rússia.

A demanda por novas tecnologias na produção moveleira surgiu da própria indústria e de especialistas do Senai que atendem o setor. “Nós observamos as várias exigências que os países importadores estabelecem e começamos a pesquisar instituições que poderiam nos ajudar. Como a Itália é uma referência no assunto, chegamos ao Cosmob e sugerimos a parceria ao Senai Nacional, que comprou a ideia”, conta Marco Secco, diretor regional do Senai do Paraná.

“Investir na sustentabilidade da produção é uma forma de qualificar os móveis nacionais para exportação, mas também para as novas exigências do mercado interno. A grande questão dessa parceria é o investimento na análise do ciclo de vida do produto, que será feito por um software livre”, ressalta Secco. “Mas, antes de usá-lo no Brasil, teremos de ‘tropicalizá-lo’, ou seja, adaptá-lo à realidade da produção do país”, explica, ao anunciar a customização do Everdee para uso na indústria brasileira.

As etapas do projeto, que terá a duração de dois anos, já começam.

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