segunda-feira, 11 de junho de 2012

Planejamento urbano: construção de novo bairro em Rio Branco vai impulsionar a economia acreana

Um projeto audacioso irá beneficiar 60 mil pessoas e envolver a maioria dos segmentos da indústria acreana, estimulando seu crescimento contínuo. Este é o conceito que o Sistema Fieac tem a respeito do projeto Cidade do Povo, primeiro bairro planejado de Rio Branco, que promete revolucionar o conceito de planejamento urbano da região.

O projeto será executado em três anos e cercado de cuidados com as leis ambientais – com 35% de área verde institucional, quando a Lei de Uso e Ocupação do Solo estipula uma média de 10%. A primeira fase de execução do bairro se concentrará mais especificamente na infraestrutura, exigindo bastante terraplanagem, pavimentação e saneamento.

As etapas seguintes serão dedicadas à construção de aproximadamente 11 mil unidades habitacionais, além dos equipamentos comunitários, como creches, igrejas, praças, escolas e outros.

Conforme a diretriz principal do Plano Municipal de Habitação de Interesse Social, a prioridade do projeto é beneficiar a parcelada população que hoje não tem acesso à moradia digna, com direito a acessibilidade urbana, aos serviços e à promoção humana.

Além disso, está inserido em uma área de intenso crescimento, ligada por eixos viários de enorme relevância e fácil acesso ao centro da cidade, como a via Chico Mendes, com caráter comercial e de serviços, e a Rodovia BR-364, onde existe uma rede logística e de distrito industrial instalada.

O projeto beneficiará aproximadamente 60 mil pessoas, sendo o público-alvo a parcela da população que se enquadra na faixa 1 (0-3 salários mínimos), faixa 2 (3-6 salários mínimos), faixa 3 (6-10 salários mínimos) do programa Minha Casa, Minha Vida e principalmente a parcela da população que mais sofre com os fenômenos da natureza, causados pela enchente e os impactos gerados todos os anos no período do “inverno amazônico”, desabrigando milhares de pessoas.

Um levantamento realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-AC) e o Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais Aplicadas da Ufac mostra uma projeção do impacto que a construção da cidade planejada causará na economia local. Estimado em aproximadamente R$ 1 bilhão, o projeto, segundo o economista Carlos Estevão Castelo, impressiona no atual cenário econômico acreano.

“Podemos apresentar algumas considerações preliminares acerca do efeito multiplicador desse investimento na economia acreana com base nas estimativas”, explica Castelo. “Se considerarmos apenas a construção das habitações, podemos perceber que o otimismo do segmento industrial não é por acaso”.

O Sinduscon contabiliza o mínimo necessário de três homens para a construção de uma unidade habitacional. Com essa base, tem-se uma previsão média de 7 a 8 mil pessoas empregadas durante as três fases de execução do projeto. Isso numa visão bastante conservadora e também porque serão verificados momentos de picos e de baixas na oferta de empregos gerados. Considerando ainda que cada emprego direto origine mais dois indiretos nas etapas da obra, em média, a oferta de empregos total estará girando em torno de 21 mil.

“O que esta obra vai trazer de reflexo e impacto para a economia acreana pode ser mensurado pelo volume de empregos que ela vai gerar ao longo desses três anos. Além da oportunidade para as industriais que, tomando a frente deste projeto, vão otimizar os recursos investidos, sendo, por sua vez, reinvestidos e circularão internamente por um tempo muito superior do que em projetos anteriores”, analisa o presidente do Sistema Fieac, Carlos Sasai.

O Sesi e o Senai, e outras organizações do Sistema S no Acre, deverão qualificar para o trabalho os futuros moradores, que poderão ser empregados e aproveitados para dar continuidade às obras. “Este é um fator agregador que enxergamos no projeto e uma oportunidade do Sistema Fieac desenvolver diversas ações”, destacou Sasai.

As oportunidades para os diversos segmentos industriais do Acre são visíveis. Será necessário que empresas forneçam café da manhã e almoço para os trabalhadores. Para o setor de confecções, a ocasião lhe exigirá a produção de uniformes, e, dentro da cadeia da construção civil, prevê-se um grande aquecimento do setor cerâmico e mineral não-metálico, uma vez que as primeiras estimativas indicam cerca de 22 milhões de tijolos para a construção somente das casas, sem considerar os equipamentos públicos.

Além disso, o setor florestal e de móveis verá suas demandas aumentadas por madeira e esquadrias diversas. Os demais segmentos produtivos deverão atender exigências diversas, como o fornecimento de transporte, equipamentos, peças de manutenção, materiais de limpeza e escritório. Sem mencionar as oportunidades indiretas, como o aumento de consumo de bens e serviços devido ao aumento da renda per capita.


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