terça-feira, 7 de maio de 2013

Mercado de trabalho: cadeia do leite é a que mais evita o êxodo rural, mas precisa de qualificação


A cadeia produtiva do leite tem características peculiares, que fazem com que seja importante sua manutenção e crescimento no Rio Grande do Sul. A necessidade de grande número de profissionais e familiar faz com que sua produção esteja presente em mais de 120 mil estabelecimentos familiares no estado. Sua produção também exige proximidade e aumenta a integração da cadeia, concentrando todos os elos da produção na mesma região.

Produção de leite e derivados exige trabalho 365 dias por ano (Foto Expointer 2012 Divulgação)

“A cadeia produtiva do leite é muito exigente em mão de obra, 365 dias por ano. Não é adequada para o meio patronal. É mais adequada à agricultura familiar. E a agricultura familiar é muito importante onde tem estrutura fundiária mais democrática”, explica o economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Carlos Paiva.

Produção de leite e derivados exige trabalho 365 dias por ano (Foto Expointer 2012 Divulgação)

A participação da cadeia produtiva do leite no Produto Interno Bruto do estado está em cerca de 3%, “bastante expressiva”, segundo Paiva. De acordo com o IBGE, o Rio Grande do Sul é o segundo estado em produção de leite no país. Em 2011, foram produzidos 4 bilhões de litros – 12,5% da produção nacional – que geraram R$ 6 bilhões.

Em 2012, de acordo com João Milton Cunha, coordenador da câmara setorial do leite da Secretaria Estadual de Agricultura, a cadeia do leite respondeu por 2,13% do PIB gaúcho. Ele também destaca que está comprovada ser a atividade que mais fixa o homem no campo. Além disto, está presente em 90% dos municípios do Rio Grande do Sul.

Cadeia leiteira precisa de qualificação
Apesar dos números positivos, Paiva acredita que é preciso mais estímulos. Do contrário, há a opção cada vez maior pela produção da soja, em detrimento do leite, além de se manter uma produção de baixa qualidade. “A soja está explodindo em demanda, o preço é muito elevado, mas ela vai à granel para a China. Os chineses não querem comprar a soja já beneficiada, eles fazem óleo de soja e tofu melhor que nós. Ao menos parte da cadeia leiteira precisa ser beneficiada no local. Ela fomenta a indústria local, a soja não. Tem que ter ação do Estado para a cadeia leiteira”, afirma.

Segundo Paiva, é preciso qualificar a questão da sanidade e de formação profissional. Também é preciso melhorar a qualidade dos produtos derivados do leite. “A gente não produz queijos finos”, exemplifica. Ele afirma que não há uma política para a qualificação da indústria de lácteos, apenas isenções fiscais, e afirma que atividades que são a vocação natural do estado precisam ser priorizadas. “Atividades como as do Polo Naval são importantes, mas é incerto por quanto tempo serão competitivas. O leite é uma vocação natural do estado”, compara.

Clique aqui para ler na íntegra a reportagem publicada no Sul 21.


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