segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Cidadania: Educação profissional dá nova perspectiva a presidiários de Mossoró

De um lado da sala, um quadro para o professor escrever. Do outro, um quadro para os estudantes. É assim o ambiente onde são dadas as aulas do curso de auxiliar técnico em gestão na qualidade de serviços, combinado com o ensino fundamental – modalidade de Educação de jovens e adultos, na Penitenciária Federal de Mossoró, Rio Grande do Norte. Participam do programa 13 detentos, com média de 35 anos de idade e que cumprem penas na unidade federal.

O curso, que certifica a conclusão do ensino fundamental com qualificação profissional, chegou à penitenciária de Mossoró a partir de parceria entre o Campus Mossoró do Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Norte, a Secretaria Estadual de Educação e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do Ministério da Justiça, em 2011. A primeira turma concluiu o curso no início deste 2013, e a segunda começou as aulas em maio passado.

A coordenadora do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de Jovens e Adultos (Proeja) no Campus Mossoró, Lúcia Lima, conta que sem as aulas, ela explica, os presidiários passam 22 horas nas celas individuais. Quando estão estudando, nas segundas, terças e sextas, eles têm aulas de manhã, banho de sol, e aulas de tarde. Além disso, os dias de aula contam para a diminuição da pena a ser cumprida – a cada 12 horas de aula a redução é de um dia. A primeira turma teve 12 alunos certificados.

A coordenadora do curso informa que não basta boa vontade dos estudantes para o sucesso da formação. No Campus Mossoró, os cinco professores da parte profissional tiveram que se preparar, se informar e vencer alguns medos relativos ao ambiente para dar as aulas na penitenciária de segurança máxima. Temas como ética e valorização da vida, ética e cidadania, por exemplo, chocam o tempo todo com a realidade deles, diz a coordenadora, e é preciso conduzir a discussão sem censurá-los.

Nos 2,5 anos da vigência da parceria, segundo Lúcia Lima, não ocorreram dificuldades, porque os internos apresentaram bom comportamento em todas as aulas e se mostraram envolvidos. Ao final de cada disciplina são feitas avaliações, com a participação de alunos e professores.

O curso de gestão em qualidade combina parte presencial e a distância. Ao final de cada aula, os detentos levam tarefas para serem cumpridas individualmente, na cela. No conjunto são 1,4 mil horas, sendo 1,2 mil do curso regular do ensino fundamental e 200 horas de formação profissional.

Fonte Portal MEC



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