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domingo, 23 de março de 2014

Ciência e tecnologia: testes preliminares da vacina brasileira contra HIV têm bons resultados

Testes preliminares de uma possível vacina brasileira contra o HIV, feitos com macacos Rhesus no Instituto Butantan, apresentaram resultados melhores do que o esperado. A resposta imunológica dos primatas foi de 5 a 10 vezes mais intensa do que a registrada em camundongos, segundo o médico Edecio Cunha Neto, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e coordenador do estudo.
Macaco Rhesus: vacina aumenta
resposta imunológica no primata
(foto Instituto Butantan)

A vacina desenvolvida pelo grupo de Cunha Neto contém 18 fragmentos do vírus da Aids. A intenção dos pesquisadores é usar esses fragmentos para despertar o sistema imunológico contra o HIV. “É como se estivéssemos ajudando o sistema imune a conseguir identificar o vírus logo que ele entra no organismo”, explica.

Os pesquisadores aplicaram nos macacos três doses da vacina – uma a cada 15 dias – e viram que o sistema de defesa dos animais, mais semelhante ao humano, apresentou forte resposta. “Fizemos testes para calcular o número de células ativadas em resposta à vacina”, conta.

Já no primeiro experimento com os macacos 3,2 mil células de defesa em cada milhão se tornaram ativas contra o HIV. Em 40 testes feitos com camundongos, o melhor resultado foi a ativação de 330 células em cada milhão.

Os resultados animadores reacendem a esperança de que, após várias tentativas internacionais frustradas, que consumiram bilhões de dólares, se consiga um imunizante eficaz e seguro contra o HIV.

Fonte Revista Pesquisa, da Fapesp



segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Ciência e tecnologia: votação da PEC 290 deve ser nesta terça-feira


A PEC 290, prevista na pauta de votações da Câmara para a última quarta-feira (19/2/2014), deve ser votada em dois turnos, na terça-feira (25). Base e oposição chegaram a um acordo e manterão o dispositivo que permite remanejamento de recursos de um mesmo projeto de ciência, tecnologia e inovação sem a anuência do Congresso Nacional – único ponto de discordância do texto.

O entendimento ocorreu no dia 19, em conversa entre o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), partido que mais questionava o parágrafo, e representantes da comunidade científica. Segundo Caiado, a legenda queria simplesmente ter a certeza de que, no texto, não tenham mecanismos que usem o dispositivo para temas além da ciência, tecnologia e inovação.

“Aquilo foi apenas uma atitude tomada pelo Democratas e sua a assessoria para que não quisessem construir esta prerrogativa em outros ministérios”, argumenta Caiado. “Mas, especificamente na área de pesquisa, concordamos que a classe tenha a condição de fazer esse remanejamento daquilo que seja custeio e daquilo que seja investimento de acordo com a necessidade da pesquisa”, completou.

Fonte Anprotec, com informações da Agência CT&I


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Pesquisa e inovação: países ricos e pobres enfrentam o desafio de atrair jovens para a iniciação científica

Os desafios da Educação científica e a democratização da informação foram os tópicos mais abordados nesta segunda (25/11/2013) no primeiro dia de palestras da sexta edição do Fórum Mundial de Ciência, reunido no Rio. Em maior ou menor grau, países ricos e pobres são afetados pela dificuldade em atrair jovens para a iniciação científica por meio da Educação formal.

O evento, que reúne cerca de 600 cientistas de todo o mundo, termina nesta quarta (27/11/2013), com o temas Desigualdades como barreiras para a sustentabilidade, Políticas para a ciência e governança, Integridade científica e ética na ciência, bioenergia, Academia e empresas, entre outros. Clique aqui para assistir as sessões do fórum

De acordo com o presidente do Conselho de Ciências do Japão, Takashi Onishi, os investimentos em Educação científica em seu país são significativos, mas as escolas enfrentam concorrência desleal com a internet, quando o assunto é a atenção e dedicação do estudante. No Brasil, segundo o diretor da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich, os problemas são mais complexos, porque incluem os baixos salários dos professores e a pouca valorização da Educação pela sociedade como um todo.

“É um tema extremamente importante que tem sido negligenciado há séculos na história do Brasil. A valorização significa aumentar os salários e promover a Educação continuada dos professores”, disse ele. “Sendo cientista, conheço o fascínio da ciência. Acho muito importante o processo pelo qual a fascinação da ciência chega às crianças. Os professores devem transmitir a magia da ciência”.

Um dos participantes do fórum, o professor de física Jorge Flores, da Universidade Nacional Autônoma de México, defendeu investimentos na Educação informal, para que o conhecimento seja repassado de maneira eficaz. “Pelo menos na América Latina, os sistemas educativos são incapazes de produzir um ensino correto das ciências”, disse ele. O professor acredita que “o uso de centros pequenos e interativos de ciência podem ajudar os estudantes a fazer experimentos”.

Para a assessora científica da União Europeia, Anne Glover, Educação e democratização da informação científica são parceiras na diminuição das desigualdades e na prosperidade das nações. “Não há futuro sem Educação. O mundo está mudando tanto que e a ciência, engenharia e tecnologia são o nosso futuro. Para permitir que o futuro chegue a todos os cidadãos, eles precisam entender a ciência, como ela funciona e o que ela tem a oferecer para escolher o que querem e o que não querem”, comentou ela.

A cientista ressaltou que a ciência traz enormes possibilidades aos seres humanos que vão além da conquista de um emprego ou avanços tecnológicos. “A ciência é parte da nossa cultura assim como a música, as artes plásticas, e pode proporcionar verdadeira alegria e muita diversão”, disse Glover.

A diretora do Centro de Políticas de Agricultura para Crianças da China, Linxiu Zhang, defendeu mais investimento em Educação e acesso à informação. Ela explicou que, embora ninguém passe fome em seu país, a dieta em alguns lugares é pobre devido à falta de informação. “Na China, a falta de uma dieta balanceada tem prejudicado a performance acadêmica de alguns alunos. Por isso, é importante Educar os pais para que eles saibam qual tipo de comida é boa para o filho”, explicou Zhang.

Para o subsecretário de Ações Estratégicas da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Ricardo Paes de Barros, o acesso universal ao conhecimento é sucesso inegável para a redução das desigualdades, bem como o livre fluxo mundial de conhecimento. “É muito importante o trabalho conjunto para problemas globais e o compartilhamento de tecnologias sociais. Está clara a necessidade de documentar-se melhor as tecnologias e torná-las mundialmente conhecidas”, declarou Barros.

Fonte Agência Brasil


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Ciência e inovação: Nicolelis mais perto de levar garoto paraplégico a dar o chute inaugural da Copa de 2014

Por Conceição Lemes*

O projeto Andar de Novo, liderado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, está cada vez mais próximo de atingir seu objetivo: permitir que um paraplégico possa se movimentar, usando exoesqueleto robótico (prótese que envolve os órgãos paralisados) conectado ao cérebro do paciente.

O seu grupo acabar de publicar na Proceedings of National Academy of Sciences  — PNAS, a revista da Academia Nacional de Ciências dos EUA, um estudo que demonstra  que os neurônios das áreas do cérebro ligadas ao tato e ao controle de movimentos também podem responder  a estímulos visuais.

A PNAS dedica dez páginas ao trabalho coordenado por Nicolelis,  pesquisador e professor da Duke University (EUA) e coordenador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal (Brasil). O estudo foi feito em macacos Rhesus, o modelo experimental mais próximo do homem.

“Havia dúvidas se as áreas do toque e motora faziam parte do circuito cerebral que define a imagem que o cérebro cria do nosso próprio corpo”, observa Nicolelis. “Nós comprovamos que sim. Pela primeira vez, ficou demonstrado que córtex somestésico  pode responder à visão e não apenas ao toque. Essa descoberta  vai totalmente contra tudo o que está sacramentado nos livros-texto de neurociência, a de córtex táctil só responderia ao tato, assim como o córtex motor só seria influenciado pelos movimentos.”


*Clique aqui para ler, na íntegra, a reportagem de Conceição Lemas publicada no Viomundo.


terça-feira, 3 de setembro de 2013

Ciência e tecnologia: processos de grandes empresas serão temas do 5º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria


Os ministros Aloízio Mercadante, da Educação, e Marco Antônio Raupp, da Ciência, Tecnologia e Inovação, participam nesta terça (3/9/2013), do 5º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria.

Organizado pelo Sistema Indústria e o Sebrae, o evento reunirá mais de 600 empresários e líderes industriais, das 9h15 às 16h30, no Centro de Convenções do WTC Sheraton, em São Paulo.

O Congresso apresentará os processos inovadores de 22 grandes empresas. Essas experiências mostram que, além de novos produtos e processos, a inovação é decisiva para conquista e consolidação de mercados, ajuda a reduzir custos, combater desperdícios, conservar o meio ambiente e garantir a sustentabilidade dos negócios.

Serão discutidos temas como Educação e empreendedorismo, tecnologia e a atuação da Embrapii. O professor David Krakauer, da Universit of Wisconsin-Madison, falará sobre A ciência da criatividade: instituições de pesquisa, tecnologia democrática e revolução educacional.


Clique aqui para acompanhar – ao vivo – coletivas de imprensa, eventos e divulgações durante o Congresso.

Fonte Portal Indústria


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Fotogtrafia e ciência: CNPq vai premiar melhores fotos relacionadas à CT&I

Alunos de graduação e pós-graduação, professores e cientistas brasileiros podem se inscrever até 30 de agosto no 3º Prêmio de Fotografia Ciência & Arte. A promoção é do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Hirundichthys rondeleti: Foto de Viviane Bernardo de Sant Ana, da PUCRS:
vencedora da Categoria 2 da edição de 2012 do prêmio

O concurso permite apenas uma inscrição em uma das categorias. A imagem deverá estar correlacionada com a área de atuação do candidato e deve ter sido produzida para servir como base de pesquisa. Nesta edição, será permitida a inscrição de imagens efetuadas por meio de instrumentos científicos especiais, como microscópio, lupa ou raio X.

Segundo informações do CNPq, o grupo avaliador analisará o impacto visual, a inovação, a relevância da imagem para a pesquisa, a qualidade estética e contribuição para a popularização, a divulgação científica e tecnológica entre outros.

Os campeões de cada categoria serão reconhecidos com prêmio de R$ 8 mil e ganharão passagem área e hospedagem para participar da reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em julho de 2014, em Rio Branco, no Acre. O segundo colocado levará R$ 5 mil e o terceiro R$ 2 mil. O resultado final será apresentado no dia 29 de novembro.

Clique aqui para saber tudo sobre o prêmio.

Fonte Agência Gestão CT&I


sexta-feira, 5 de julho de 2013

Da Folha de S.Paulo: “Falta incentivo a ideias originais na ciência no país", diz neurocientista brasileira

A neurocientista Suzana Herculano-Houzel, 40, dedicou-se nos últimos anos a entender como o cérebro humano se tornou o que é. Seu trabalho a levou a ser a primeira brasileira convidada a falar no TED Global, famoso evento anual de conferências de curta duração que reúne convidados de várias áreas do conhecimento.

Herculano apresentou em sua fala de 15 minutos, nesta quarta (12/6/2013), os resultados de suas pesquisas sobre como o cérebro humano chegou ao número incrivelmente alto de 86 bilhões de neurônios: o consumo de alimentos cozidos. "Entre os primatas, temos o maior cérebro sem sermos os maiores. Grandes primatas, com a sua dieta de comida crua, não possuem energia suficiente para sustentar um corpo enorme e um cérebro grande."

Na entrevista, concedida por telefone, a professora do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) dispara críticas à cultura brasileira de pesquisa científica, "que não incentiva a originalidade e a diversidade de pensamento", à pós graduação nacional, "muito fraca", e ao programa de bolsas Ciência Sem Fronteiras, "do jeito que está, parece demagogia" e defende a profissionalização da carreira de cientista.


Clique aqui para ler a entrevista de Suzana Herculano-Houzel


quinta-feira, 4 de julho de 2013

Tecnologia e inovação: Ipea mapeia infraestrutura de pesquisa no país

O Ipea está desenvolvendo o projeto piloto do Sistema Nacional de Inovação e Infraestrutura de Pesquisa. O trabalho tem as parcerias do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O resultado esperado será um diagnóstico da infraestrutura de pesquisa disponível no país, seus principais gargalos e sua interação com o setor produtivo no desenvolvimento de novos produtos e processos.


A ideia é mapear a infraestrutura das instituições científicas e tecnológicas (ICTs) para monitorar e gerenciar dados. Assim, será possível compreender melhor o funcionamento do sistema de inovação no Brasil e oferecer, às empresas e à comunidade científico-tecnológica, o acesso via internet a informações sobre os principais laboratórios e equipamentos disponíveis.

O sistema visa incentivar o uso compartilhado de recursos, fornecendo um mapeamento gráfico das infraestruturas. Nove áreas de pesquisa estão entre as prioridades: saúde, petróleo e gás, defesa, biotecnologia, aeronáutica, TIC, energia, agropecuária e construção civil. O projeto ainda passará por testes e deve estar disponível no ano que vem.

O projeto será coordenado pela Diretoria de Estudos Setoriais do Ipea e pela UFMG, com a participação de pesquisadores de outras universidades.

Saiba mais sobre a pesquisa:






Fonte Portal Ipea

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Jovem Cientista: água é o tema da edição 2013 do prêmio

Água: desafios da sociedade. Este é o tema da nova edição do Prêmio Jovem Cientista 2013. Podem participar estudantes do ensino médio, ensino superior, mestres e doutores, que devem inscrever seus trabalhos até 30 de agosto.

Para esta 26ª edição, a equipe do Prêmio propõe a utilização de um kit pedagógico direcionado aos professores do ensino médio que desejarem discutir o tema com seus alunos. O kit contém um Caderno do Professor, com ilustrações e exemplos relacionados às linhas de pesquisa sugeridas, outro com seis Planos de Aula e 12 Fichas de Atividades, tudo voltado para proporcionar ideias de projetos de pesquisa aos estudantes. O kit é distribuído gratuitamente às escolas e aos professores interessados, e está disponível para download no site www.jovemcientista.cnpq.br.

O kit é distribuído gratuitamente às escolas e aos professores interessados, mas também pode ser baixado via www.jovemcientista.cnpq.br 

A novidade deste ano é a Oficina de Projetos Científicos, para estudantes do ensino médio, que já estão ocorrendo em diversas capitais. Cada escola participante pode indicar entre cinco e dez estudantes e um professor. As oficinas ocorrerão em maio e junho e as chamadas dos inscritos serão efetuadas pelo Facebook.

Linhas de pesquisa
Propostas contempladas na categoria ensino médio: Gestão de bacias hidrográficas; Tratamento e reuso da água; Água e saúde pública; Uso da água para geração de energia e; Tecnologias para dessalinização da água:

Categorias ensino superior, mestres e doutores: Gestão inovadora dos recursos hídricos aplicada ao uso do solo e à gestão ambiental; Tecnologias inovadoras para despoluição de bacias hidrográficas e sua integração com as dos sistemas estuários e zonas costeiras; Ecotecnologias no tratamento de águas residuárias, industriais e urbanas, esgotos domésticos, águas pluviais e despoluição e; Uso racional e eficiente da água: gerenciamento, aproveitamento e reuso.

Ainda na categoria ensino superior, mestres e doutores, serão recebidas propostas com temas sobre utilização de tecnologias de sensoriamento remoto na avaliação dos recursos hídricos, uso da água e da energia e aplicação de tecnologias inovadoras que promovam sua sustentabilidade, contaminantes emergentes (disruptores endócrinos, fármacos, resíduos orgânicos): detecção e remoção em sistemas de abastecimento de água, uso de membranas no tratamento da água, causas e conseqüências das florações de cianobactérias em mananciais de abastecimento de água, gerenciamento da água no meio urbano: novas tecnologias para minimizar alagamentos e eventos hidrológicos extremos e sistemas de alerta e Impactos das mudanças climáticas nos recursos hídricos.

Premiações
  • Mestres e Doutores: R$ 30 mil (1º lugar); R$ 20 mil (2º) e R$ 15 mil (3º);
  • Estudantes de graduação: R$ 15 mil (1º lugar), R$ 12 mil (2º) e R$ 10 mil (3º);
  • Estudantes do ensino médio: laptops para os 1º, 2º e 3º lugares;
  • Mérito Institucional: R$ 35 mil para cada uma das duas instituições contempladas com a premiação;
  • Mérito Científico: R$ 20 mil;
  • Os premiados ganham ainda bolsas de estudo desde a iniciação científica até o pós-doutorado 

Fonte Portal Brasil


sábado, 1 de junho de 2013

Inovação e saúde: cientista brasileiro planeja tetraplégico abrindo a Copa do Mundo de 2014

(Foto Joaquim Soares/Finep)
O cientista Miguel Nicolelis (foto) planeja que, na solenidade de abertura da Copa do Mundo de 2014, um cidadão brasileiro paraplégico seja capaz de levantar-se de uma cadeira de rodas no estádio do Itaquerão, em São Paulo, dar 25 passos e inaugurar com um chute não apenas o evento, como a maior vitória da Neurociência no mundo. "Seria um chute brasileiro para entrar para a história da humanidade", afirmou Nicolelis, emocionado, em recente encontro (21/5/2013), em palestra na Finep.

O movimento só é viável a partir de um estímulo cerebral transmitido ao exoesqueleto (prótese de um esqueleto). O projeto – denominado Andar de Novo – é apoiado pela Finep com cerca de R$ 33 milhões em recursos não-reembolsáveis.

O principal objetivo é demonstrar na prática o potencial da Interface Cérebro-Máquinas (ICMs) para uso clínico em reabilitação motora. Isso será possível por meio da criação da neuroprótese de corpo inteiro com capacidade de restaurar a mobilidade em pacientes paralisados por dano neurológico. Essa neuroprótese será formada por uma ICM que utilizará comandos motores extraídos da atividade elétrica para controlar o corpo.

Saiba como foi a palestra de Nicolelis na Finep



O próximo passo do projeto de Nicolelis é, muito em breve, começar a selecionar e treinar pessoas que tenham potencial para participar da abertura da Copa do Mundo. “Pretendemos começar os testes com o exoesqueleto já em junho ou julho", afirma.

O cientista apresentou seu trabalho à frente do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS), também financiado pela Agência Brasileira da Inovação, assim como vários projetos que encabeça.

O resultado da pesquisa de Nicolelis, única no mundo, é fruto de um trabalho de 15 anos que atualmente envolve 170 pesquisadores pensando em um novo modelo de fazer ciência. Mas o que seria esse modelo? “É investir na Educação, dar espaço à criatividade para apostar na única coisa que faz sentido: a busca da felicidade”, diz. E esse cuidado começa no pré-natal, quando podem ser detectados problemas passíveis de diagnóstico, sem o qual tornam-se lesões cerebrais irreversíveis.

Talvez o grande diferencial do cientista tenha sido criar na periferia de Natal (RN), especificamente em Macaíba, um polo de ciência capaz de competir com os grandes laboratórios de neurociência do mundo. Lá são formadas crianças e adolescentes desde os primeiros anos escolares até o final do curso médio. Uma escola que não tem provas “porque o aprendizado está estampado no rosto de cada um”, orgulha-se Nicolelis.

Pesquisas do Ministério da Educação indicam que a evasão escolar é de cerca de 56% no ensino público, enquanto o curso de iniciação científica do programa educacional de Macaíba é de 2%.

De Natal, o paulista Nicolelis ganhou o mundo demonstrando os avanços da neurociência. O mais expressivo dos últimos tempos foi a conexão dos cérebros de dois ratos – um deles no Brasil e o outro fora do país – usando a internet. Foi a primeira interface cérebro-cérebro já feita e a criação do conceito de brainet, espécie de “internet cerebral”.

Na sua pesquisa com ratos, após terem microeletrodos instalados em suas cabeças, os animais passaram a se comunicar por meio da transmissão dos sinais elétricos produzidos por seus neurônios. O estudo, realizado na Universidade Duke, nos Estados Unidos, e no IINN-ELS, foi publicado na revista Scientific Reports.

A equipe liderada por Nicolelis dedica-se a produzir implantes cerebrais para permitir que os paraplégicos andem, além de controlar doenças neurológicas, como Parkinson, reparar desconexões de áreas do cérebro afetadas por lesões, tipo AVC, ou reconectar partes do cérebro interrompidas por acidentes vasculares.

Nicolelis e colegas já fizeram com que macacos tivessem sensações táteis de um braço virtual literalmente controlado pela força da mente. É o tipo de pesquisa que facilitaria a criação de próteses inteligentes, que dariam um feedback táctil das sensações aos pacientes, algo que não acontece com membros artificiais.



segunda-feira, 27 de maio de 2013

Inovação: estudantes brasileiros conquistam prêmio em feira internacional de ciência e engenharia nos Estados Unidos

Preocupadas com os alertas sobre o risco de escassez de água própria para o consumo, duas alunas de ensino médio resolveram unir ecologia e ciência e desenvolveram um projeto para dessalinizar água do mar por meio de uma bactéria. A intenção das estudantes é que, sem o sal, a água seja usada para a irrigação, por exemplo, e, no futuro, também para o consumo humano.

“A grande importância desse projeto é que o processo é simples e econômico e pode ser aplicado em vários lugares”, explica uma das autoras da pesquisa, Desireé de Böer Velho, que terminou no ano passado o ensino médio técnico de química na Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul. Aluna da mesma escola, Ágatha Lottermann Selbach é a outra autora da pesquisa.

Alunos brasileiros premiados na Isef: destaques da delegação composta
por 32 estudantes, representando 21 projetos (Foto Divulgação)

Com o trabalho, as duas chegaram à Feira Internacional de Ciências e Engenharia, cuja sigla em inglês é Intel Isef, competiram com estudantes de outros países e conquistaram o quarto lugar na categoria gestão ambiental. Desireé conta que a experiência serviu de incentivo para seguir a carreira científica e as estudantes vão dar continuidade ao estudo para tornar a água dessalinizada adequada ao consumo humano. A partir daí, elas pretendem buscar apoio para aplicar o projeto no dia a dia e até em escala empresarial.

“Esse projeto me incentivou entrar na área científica, foi um grande passo. Viemos de escola pública onde não tínhamos tanto recurso. Agora entrei na faculdade e mudou toda minha vida. Olho o mundo de outro jeito, me agregou muito em relação ao conhecimento, o fato de ter viajado e conhecido novas culturas”, destacou Desireé.

O projeto das estudantes de Novo Hamburgo foi um dos nove premiados na feira que teve a participação de mais de 1,5 mil estudantes de 70 países, em maio, nos Estados Unidos. Os brasileiros ficaram com o primeiro lugar entre os países latino-americanos e com o 3º no geral, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá.

A coordenadora-geral da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), organização que selecionou parte dos estudantes para o evento internacional, Roseli Rodrigues Lopes, ressalta que o sucesso que os brasileiros alcançaram competindo com estudantes de tantos países mostra que é possível trabalhar o incentivo para a ciência e a engenharia ainda na educação básica. Ela avalia que esse trabalho deve ser ampliado. “Precisamos descobrir quem são os talentos, às vezes os jovens estão na escola e não têm ideia do que é engenharia. Ele não recebe o estímulo e às vezes é um grande talento”, diz.

Outra pesquisa premiada é a de Túlio Vinicius Andrade, aluno do 3º ano do ensino médio do Grupo Gênese de Ensino, do Recife. Ele ficou com o terceiro lugar na categoria ciências sociais e comportamentais. Por meio da leitura, Túlio percebeu que as doenças que mais matam no mundo estão ligadas a comportamentos sedentários. As informações indicavam que esses comportamentos começam ainda na infância e juventude, por isso, o estudante resolveu investigar a situação das aulas de Educação física em escolas no Recife e descobriu que os professores da área enfrentavam dificuldades.

“Identifiquei que há falta de espaço físico, de materiais e de interesse dos alunos. Adaptei a prática pedagógica do construtivismo e criei soluções com metodologia de ensino para as principais dificuldades”, explica. O estudante fez testes com os alunos e, comprovada a eficácia do trabalho, Túlio passou a dar palestras para professores de Educação física da rede pública. Após, elaborou um manual que será distribuído aos professores.

Diante dos desdobramentos das pesquisas, Roseli Rodrigues Lopes, avalia que a iniciação científica permite novas perspectivas aos jovens. "Eles acabam tendo uma trajetória acadêmica mais rápida que a de outros. Vão para a universidade sabendo o que querem e chegam com mais maturidade. Terminada graduação, muitos seguem para o mestrado", diz.


Fonte Agência Brasil


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