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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Emprego x pobreza: 870 milhões de trabalhadores vivem com US$ 2 por dia

(Foto OIT/Kemal Jufri)
No Dia dos Direitos Humanos, em 10/12/2013, agências das Nações Unidas fizeram um apelo, entre outros, pelo fim da exclusão social.

O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho, OIT, Guy Ryder, lembrou que a Declaração de Viena, que completa 20 anos, pede o fim da pobreza extrema e coloca a justiça social no centro dos compromissos pelos direitos humanos.

Mas duas décadas depois, o mundo ainda tem 870 milhões de trabalhadores e suas famílias sobrevivendo, cada um, com US$ 2 por dia. Ryder destacou que deste total, 400 milhões vivem na pobreza extrema.

O chefe da OIT lamentou ainda que 20,9 milhões de pessoas estejam no trabalho forçado e que 168 milhões de crianças sejam obrigadas a trabalhar. Ryder explicou que a promoção do trabalho decente é reconhecida como um direito humano e precisa continuar sendo uma das prioridades globais.

Emprego e recuperação econômica
É provável que a persistente fraqueza da recuperação econômica aumente ainda mais a pressão sobre a situação mundial do emprego, advertiu o Diretor Geral da OIT, Guy Ryder.

Em discurso perante o Conselho de Administração da OIT, Ryder referiu-se aos dados publicados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em outubro, que revisou para baixo os números relativos ao crescimento mundial, de 3,2% previstos para 2013 para 2,9%, a taxa mais baixa desde 2010. As estimativas para 2014 também foram rebaixadas de 3,8% para 3,6%.

“Esta revisão das projeções reflete as dificuldades enfrentadas pelos principais componentes das economias avançadas, emergentes e em desenvolvimento. Além disso, reflete a difícil situação enfrentada pelas empresas e pelos trabalhadores na economia real”, acrescentou.

Ryder mencionou os níveis sem precedentes de desemprego, a estagnação dos salários em muitos países, um investimento privado abaixo dos níveis anteriores à crise e um setor público sob pressão para reduzir os gastos. “Estas tendências agravarão ainda mais a situação mundial do emprego”, assinalou.

A previsão é de que o desemprego juvenil, disse Ryder, permaneça alto em muitas regiões e que o trabalho informal continue aumentando, contribuindo para o aumento das desigualdades em muitos países.

Vários países adotaram uma estratégia de estímulo às exportações para compensar a fraqueza do consumo e dos investimentos internos, mas isto, assinalou o diretor geral da OIT, somente pode funcionar com um crescimento sustentado. “Necessitamos que a demanda cresça e também toda a economia, não de uma competição entre mercados cada vez menores”, disse.

No entanto, Ryder assinalou alguns progressos. Diversos países emergentes ou em desenvolvimento demonstraram maior resistência em relação a crises anteriores. Alguns dos países europeus que foram mais afetados pela crise econômica podem começar a crescer novamente, acrescentou. “Mas, fundamentalmente, existe uma compreensão crescente no mundo sobre a importância de conceder maior prioridade às estratégias centradas no emprego”, indicou.

A discussão sobre a economia mundial e a situação do emprego foi realizada durante recente reunião do Conselho de Administração da OIT. Os delegados discutiram a contribuição que as políticas sociais e de emprego podem dar à recuperação econômica e ao crescimento sustentável.

Fonte OIT, com informações da Rádio ONU


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Opinião: renda e emprego sustentam novos perfis de consumo

Por Rui Daher/Terra Magazine

Em quase cinco anos de Terra Magazine, várias vezes manifestei-me favorável aos programas governamentais de inserção social, independente de quem os rotulava como assistencialistas ou não.
 
Para mim, tanto fazia, faz e fará desde que tragam algum alívio na renda das populações mais pobres e formem um mercado interno vigoroso.
 
Hoje em dia, não vejo telas e folhas cotidianas, as mais adversativas em sua oposição, negarem tais fatos como reais e virtuosos.
 
Lembro-me, também, que um ano antes do final do segundo mandato de Lula, escrevi temer que o modelo de crescimento baseado no aumento do consumo das famílias estivesse nos estertores.
 
Seria necessário ampliar os investimentos públicos e privados, sobretudo em infraestrutura, e realizar as reformas política e tributária, sempre adiadas para atender à Federação de Corporações Brasil.
 
Penso que, a partir de 2010, Dilma Rousseff como presidente, a inação quanto a esses itens fez o País perder alguns pontos no crescimento econômico e pontas no desenvolvimento social.
 
Ainda assim, alegra-me ver que, para fora do Fla-Flu partidário que excita nossos comentaristas, várias análises sérias têm concordado com o que aqui escrevi.
 
A revista “The Economist” exagerou. Não era para tanto, em 2009, como não o é para hoje e futuro.
 
Quanto ao consumo dos brasileiros que entrou para o foco da elite econômica como pecado mortal, considerada a presença de pobres com celulares em aeroportos parecidos com rodoviárias, intriga-me um ponto. O do perfil do consumo.
 
Parece claro que por algumas décadas tivemos a demanda interna represada.
 
Antes, como efeito da inflação; depois, efeito dos pífios crescimentos de emprego e renda.
 
Se o primeiro fator foi amenizado com o Plano Real, os programas de inserção social, a recuperação no salário mínimo e uma situação perto do pleno emprego amenizaram o segundo.
 
O que estava represado vazou em borbotões. Para onde? Para o mais fácil, que estivesse mais perto das mãos, o premente: alimentos, vestuário, higiene, bens de consumo doméstico e aqueles fetichizados pela lógica capitalista.
 
Então, parou por aí? Mais ou menos. Ainda existem enormes contingentes populacionais sem renda para atender essa primeira etapa do consumo.
 
Cabe, no entanto, e é por isso ser necessário continuar incorporando emprego e renda à economia, dar vigor à segunda etapa do consumo, que expande os bens de mais difícil aquisição, porém mais valiosos.
 
A procura por instituições privadas de ensino e planos de saúde mais compensatórios, na ausência de aparelhos públicos qualificados, já mostrou isso.
 
O mesmo se deve matutar diante do fato de agosto ter registrado, em São Paulo, um aumento de 86% nas vendas de imóveis, 46% no acumulado do ano, em relação a 2012.
 
Não estaria na lógica das economias capitalistas, a partir de emprego e renda, a população fazer crescer o consumo na proporção direta de seu porvir? 

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