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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Opinião: renda e emprego sustentam novos perfis de consumo

Por Rui Daher/Terra Magazine

Em quase cinco anos de Terra Magazine, várias vezes manifestei-me favorável aos programas governamentais de inserção social, independente de quem os rotulava como assistencialistas ou não.
 
Para mim, tanto fazia, faz e fará desde que tragam algum alívio na renda das populações mais pobres e formem um mercado interno vigoroso.
 
Hoje em dia, não vejo telas e folhas cotidianas, as mais adversativas em sua oposição, negarem tais fatos como reais e virtuosos.
 
Lembro-me, também, que um ano antes do final do segundo mandato de Lula, escrevi temer que o modelo de crescimento baseado no aumento do consumo das famílias estivesse nos estertores.
 
Seria necessário ampliar os investimentos públicos e privados, sobretudo em infraestrutura, e realizar as reformas política e tributária, sempre adiadas para atender à Federação de Corporações Brasil.
 
Penso que, a partir de 2010, Dilma Rousseff como presidente, a inação quanto a esses itens fez o País perder alguns pontos no crescimento econômico e pontas no desenvolvimento social.
 
Ainda assim, alegra-me ver que, para fora do Fla-Flu partidário que excita nossos comentaristas, várias análises sérias têm concordado com o que aqui escrevi.
 
A revista “The Economist” exagerou. Não era para tanto, em 2009, como não o é para hoje e futuro.
 
Quanto ao consumo dos brasileiros que entrou para o foco da elite econômica como pecado mortal, considerada a presença de pobres com celulares em aeroportos parecidos com rodoviárias, intriga-me um ponto. O do perfil do consumo.
 
Parece claro que por algumas décadas tivemos a demanda interna represada.
 
Antes, como efeito da inflação; depois, efeito dos pífios crescimentos de emprego e renda.
 
Se o primeiro fator foi amenizado com o Plano Real, os programas de inserção social, a recuperação no salário mínimo e uma situação perto do pleno emprego amenizaram o segundo.
 
O que estava represado vazou em borbotões. Para onde? Para o mais fácil, que estivesse mais perto das mãos, o premente: alimentos, vestuário, higiene, bens de consumo doméstico e aqueles fetichizados pela lógica capitalista.
 
Então, parou por aí? Mais ou menos. Ainda existem enormes contingentes populacionais sem renda para atender essa primeira etapa do consumo.
 
Cabe, no entanto, e é por isso ser necessário continuar incorporando emprego e renda à economia, dar vigor à segunda etapa do consumo, que expande os bens de mais difícil aquisição, porém mais valiosos.
 
A procura por instituições privadas de ensino e planos de saúde mais compensatórios, na ausência de aparelhos públicos qualificados, já mostrou isso.
 
O mesmo se deve matutar diante do fato de agosto ter registrado, em São Paulo, um aumento de 86% nas vendas de imóveis, 46% no acumulado do ano, em relação a 2012.
 
Não estaria na lógica das economias capitalistas, a partir de emprego e renda, a população fazer crescer o consumo na proporção direta de seu porvir? 

Quem é o consumidor? Seminário internacional vai debater comportamento da nova classe média brasileira

Na última década, o perfil socioeconômico do Brasil mudou – e muito. A principal novidade foi o fortalecimento da classe C, composta por famílias que têm renda mensal domiciliar total (somando todas as fontes) entre R$ 1.064 e R$ 4.561. Os números indicam que ocorreu uma considerável mobilidade social nos últimos anos: entre 2004 e 2010, 32 milhões de pessoas ascenderam à categoria de classes médias (A, B e C) e 19,3 milhões saíram da pobreza.

Foto Envolverde/Jornalismo e Sustentabilidade

Em 2009, a classe C foi responsável por R$ 881 bilhões dos gastos com consumo – a maior fatia do total de R$ 2,2 trilhões do país. Só na área de Educação, com pagamento de escola, material escolar e livros, o consumo foi de R$ 15,7 bilhões (em 2002 esse consumo foi de R$ 1,8 bilhão!)


Mas, quais serão os rumos que essa nova sociedade vai trilhar daqui em diante e seus paradigmas de consumo? Levantar e mapear essas respostas será a tarefa principal de quatro edições do Seminário Internacional de Comportamento e Consumo, que o Senai Cetiqt vai promover a partir de 17 de outubro, no Rio de Janeiro e em mais três cidades.

“Vamos debater os problemas a serem enfrentados para que o Brasil deixe de ser um país do futuro e se torne um país de futuro. Queremos discutir esse movimento de uma grande parcela da população que ganhou condições de consumir, ou seja, a chamada nova classe média. Saber o que houve de mudança na vida dessas pessoas”, explica Marcelo Ramos, pesquisador do Senai do Rio de Janeiro. "A indústria precisa entender quem são e o que querem esses consumidores", afirma Ramos.

O público esperado pelos organizadores do seminário são profissionais de marketing, comunicação e administração, além de funcionários do Senai de todo o país. As outras edições dos debates também ocorrerão neste mês de outubro: dia 23, em Belo Horizonte; dia 25 em Fortaleza; e dia 28, em Blumenau, em Santa Catarina.

Fonte Portal da Indústria, com informações do Portal Vozes da Nova Classe Média

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